segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Maria Inês

quando eu tinha 12 anos tive uma professora chamada Inês,era minha professora preferida dava aulas de redação,na época eu escrevia coisas bobas,realmente bobas,mas toda a sala gostava e quando eu lia todos aplaudiam(coisa que realmente levanta a auto estima).
Na época eu era besta mais do que agora e realmente eu não tinha noção do que eu escrevia,eu falava sobre drogas,favela,da minha candidatura pra presidente,da minha conquista de Israel mas tudo isso de uma maneira tosca e muitas vezes engraçada,me lembro que isso gerou problemas para a Inês,porque eu abordava isso de forma escrachada e ela sendo condizente com tudo isso,para as mentes pequenas isso se tornava um erro.
Uma vez ela me disse que a gente só escreve coisas que os outros possam ouvir e eu não poderia continuar escrevendo aquelas coisas,fiquei por um tempo meio estranha,mas depois de um mês eu acho,ela me disse - eu estava engana agente pode escrever tudo e eu tinha me esquecido disso, só na escrita que se alcança a plena liberdade.

Eu guardei isso comigo,Inês era jornalista,foi editora do Estadão,cuidava de uma mãe doente,tinha cheiro de café e cabelos curtos num tom castanho.
nunca mais tive aula com ela,ela teve conflitos com a coordenação e haviam boatos de que ela tinha envolvimento com drogas,certamente tinha,o que não percebi na época.
Mas Inês me deu a liberdade de escrever qualquer coisa sem estigmas e pressões desnecessárias,no ano seguinte minhas notas caíram mas eu sempre escrevia o que queria,tudo isso atingindo uma suposta liberdade...
o fato de Inês não ter me podado a tornou uma das pessoas que mais admirava eu gostaria que ela me encontrasse agora pra ver que não faço mais aquelas coisas e que agora tomo muito café e ainda busco a forma mais libertária de viver.

Um comentário:

suave mano,nem sei quem tu é

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