quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Todas as metáforas que eu poderia usar enquanto estava bebada

Para melhor entendimento ouça ao som de Jair Neves,mas apenas em seu trabalho solo.

Bebendo vinho barato,R$ 4,50 a menos do meu bolso,me ponho a ouvir Beirut,como se fosse cocaína o conjunto de violinos,o tambor e a voz me fazem mais forte,me torno onipotente,tenho a coragem de Davi,só que sem pedras,sem apologias,sem porra nenhuma,só que céus é um holocausto,estou a beira do alcoolísmo e não quero estar,lirísmo desmedido,até a transeunte que nunca me viu percebeu que estou com problemas,peço pra vida uma demissão por justa causa.
Deveria ser menos,deveria ser quase nada,está entre o nada e o tudo e que eu nem sei o que é,nunca fui boa para cuidar do jardim ou cultivar certas coisas,ainda sou muito impulsiva.

Lavando a louça faltando 20 minutos pra meia noite e eu não tenho nada,só restos de comida no prato sujo,nem todo sorriso é sinal de felicidade e até a transeunte viu que eu tenho problemas,até quem eu não conheço.Acho que gosto de ser subversiva e me negar em excesso.
Desenhos no canto da parede,muros intermináveis que cobrem a fachada das casas,que cobrem os rostos das crianças no quintal,a casa silenciosa não me serve como abrigo,tudo tão civilizado,nem parece comigo.

Eu não nasci contando vantagem e queria morrer sem fazer isso,dos pesares e das dores talvez esse seja o menor é que não tenho cunhão pra aguentar muita coisa,eu deixo de lado,eu não sou ninguém e já me acostumei a ser assim.Folhetos dados no meio da rua,uma casa exotérica,um dentista fajuto,um emprego de entregador,um sex shop,caminhos que não segui.

lembrança da conversa com a transeunte

- Pra onde você vai agora?
-Pra minha casa,preciso me acertar.
-Se acerte hoje.
-Você fala como se fosse fácil.
-Não sei se é,mas não torne difícil.
A transeunte tem toda a razão.
Me ponho em pensamentos,mas não os certos,nunca os certos,desordem até pra pensar,calamidade é isso calamidade cerebral e uma possível bipolaridade eu não devia dizer essas coisas mas tenho mania de me negar,o fluxo dos carros só diz o quanto a humanidade segue no seu processo de vivência grupal,menos caos nos desembarques dos trens,a plataforma está vazia a qualquer horário do dia de hoje e eu só queria um abraço.
É você precisa se encontrar,foi o que disse a transeunte,até quem não me conhece disse isso.
Há problemas.

Um comentário:

suave mano,nem sei quem tu é

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