Eu espero que você saia, da putaria elegante, do alcoolismo, de dentro da sua cabeça que acha tão ampla e sofisticada, do selvagerismo, do seu carro pra perguntar o endereço, quem quer, pede a informação é você, não o outro.
- Nana Caê
Pés descalços,e o gelado do chão sobe pelo corpo que perde calor,num fenômeno da física que pouco interessa diariamente,sonhos que sonho só,dedos que entrelaço,as vezes deito no chão do quarto,fecho a porta e apago a luz,todos os seres humanos de alguma forma são filhos da puta é da natureza humana e pra mim não há outra explicação se não essa.
Cacos de prato no chão da cozinha,alguém tem que limpar.Os pés descalços se cortaram o sangue que é necessário,agora se esparrama pelo chão,a àgua que deveria ficar na torneira agora escorre e lava mas não limpa corretamente a ferida,como as coisas da vida o que é mais evidente desaparece mas o que não se pode ver é o que permace por muito tempo.
Manca agora e calça o chinélo,como se isso fosse adintar alguma coisa nesse momento,a palavra prevenção nunca lhe disse nada,assim como trocentas outras palavras,o que soua como perigoso talvez não seja,olhe com os meus olhos cheios de defeito,tudo é tão embaçado.
Ficar só em casa é algo relaxante,uma garrafa de Sangue de Boi,uma garrafa e meia de Sangue de Boi,deitar no sofá,ouvir Caetano com Chico cantando Merda,ouvir isso várias vezes e esperar que a agulha da vitrola pare exatamente no começo da música,dançar sozinha ao som de merda,talvez não exista nada mais degradante,o telefone toca.
A moço do telemarketing tem voz robusta,uma voz forjada e robusta,eu continuo ouvindo a proposta.assinatura de tv paga por apenas 50 reais por mês,e fala e fala e fala,mudou de faixa três vezes,não sei que música é essa.(Eu pensei,cala a boca,o poder de desligar está em minhas mãos,mas nunca faria algo assim,ele mente o tipo de voz para mim,faço questão que isso não seja em vão).
(-A senhora é a responsável da linha?
-Não sou nem pela minha vida,quanto mais por uma linha telefonica.Ele riu e agora não finge mais o tipo de voz.)
Gosto assim quando não fingem nada pra mim,agora sem remorso algum desligo na cara do atendente.
Boto a agulha no risquinho do disco,o quarto risquinho e acerto.O Caetano grita pra mim e faço questão que ele grite:
- Merda,merda,merda pra você eu desejo merda!
Um puto no bolso e uma sacola térmica,como se isso bastasse pela vida inteira,é a repostagem da televisão,que está ligada no quarto,mudo de ambiente pra ver a reportagem,me deito na cama a reportagem acaba.Olho os comerciais,não provocam,não me provocam muito.Manter status não é uma grande referencia pra mim,nada socialista de maneira nenhuma,mas não consumista acima de tudo.Não ligo pra muitas coisas de fato mas gostaria que fosse visivel o que é importante pra mim.
O orgulho que eu tinha eu engulo todo e uso sem medo,do mesmo jeito que adquiri o peso da maldade e a uso agora também, sem dó.Terríveis seriam os dias sem isso que sei agora.
escrito em 01/01/11 e só postado agora,pq agora sim é um bom momento para que saía de mim.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir.....Gostei mais de como vc escreveu do que sobre o que vc escreveu.
ResponderExcluir.....Se eu fosse o eros, ante este primeiro paragrafo, me chmaria muito mais atenção: "Pés descalços,e o gelado do chão sobe pelo corpo que perde calor,num fenômeno da física que pouco interessa diariamente,sonhos que sonho só,dedos que entrelaço,as vezes deito no chão do quarto,fecho a porta e apago a luz"
.....Não sei se anestesiei depois do segunda paragrafo, mas gostei muito dos dois primeiros, mais do que do resto.
.....É isso ai potato, escrever é para poucos! parabéns, feliz ano novo, tomara que você consiga escrever sempre e tudo que desejar! bijú