Santo Amaro,num apartamento de chão gelado e as janelas largas.
Num encontro totalmente convidativo,na verdade muito protelado,era pra ser só um almoço de domingo,mas óbvio que pra mentes como as nossas não seria.Misture todas as minhas cervejas com suas garrafas de vinho -de San tomé a um chileno de garrafa bonita,um tantinho de maconha e o seu azulejo todo trabalhado do banheiro a água fervendo que caía do seu chuveiro e ardia na minha pele,não ardia tanto quanto o toque teu,a tanto tempo ninguém é isso o que você é agora.Pernas,ombros,peitos,cabelo molhado e enfim os gemidos guturais tão ouvíveis que instigam demais,sua voz de um sotaque tão arrastado.
Puxada de cabelo me tira o foco do meu motivo principal,olhei pro céu,vi uma estrela brilhava enquanto ainda era dia,mais puxão de cabelo e o centro da terra está naquela cama,unhas grandes arranham tudo,o sorriso é tão bonito,mas lindo de se ouvir serão pra sempre aqueles suspiros,me lembro que conversamos uma conversa torta,uma explicação dos trópicos entre Câncer e Capricórnio (tórrido) e algo do tipo ex-amores,ex-migalhas,ex-merdas e que aquilo era diferente dos meus amores passados,mais vinho e eu ainda tenho medo dela,na verdade medo de mim de estar super estimando,como sempre faço com todos meus casinhos paulistanos,dormi.
Acordei.No celular beirando a cama ainda era 5h e tendo ela ali devia ser sempre 5h.Levantei acendi um cigarro,do maço que estava em fase terminal,olhei pra janela e a estrela não estava mais lá,eu não vi minha feição mas na hora eu devia ter no rosto um sorriso tão satisfeito,olhei pra cama e eu entendi toda estrela do céu foi ofuscada pelo brilho daquela que estava na cama,Heleonora,devia ser sempre 5h.
porra! indizível!
ResponderExcluirSeus textos me fazem imaginar cenas de filmes preto e branco, onde alguém cansado, suado e poético fuma um cigarro, sentado numa poltrona de uma quarto bagunçado, em frente a janela, olhando o horizonte.
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