Com a disgraça de ter mais de 180 pessoas no vagão ela lia Madame Bovary,minha mente estupida teve que olhar pra baixo,porque eu não sabia que tipo de calçados uma pessoa assim usava,eram sapatilhas pretas com uma meia preta,cabelo ressecado creme de má qualidade,marcas terríveis de acne da adolescencia,uma sutil olheira e uma bem disposta conversa sobre advogados e um curso estranho que ela fez ano passado.
O marcador estava nas últimas páginas do livro,mascava chilete de menta,falava com propriedade,não reparei nas unhas,mas reparei nos seus braços cruzados e o equilibrio paulistano de andar no metrô sem segurar nas barras.
Eu me arrpendi de não puxar conversa,mas não queria que ela perdesse o encanto da distância.
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suave mano,nem sei quem tu é